Pressão barométrica
Controle ventilatório
Quando o exercício atinge um platô de intensidade moderado, o corpo consegue alcançar um estado estável, no qual o exercício consegue se manter por mais tempo. Se o exercício passa para uma intensidade maior, o exercício exigirá mais e mais doatleta até que ele atinga a fadiga. A capacidade de suportar o exercício por certo tempo prolongado denomina-se resistência cardiorrespiratória.
O exercício em altitude- Respostas imediatas: A adaptação a altitude
Assim que chegamos em um local com altitude elevada, a pouca saturação deO2 na atmosfera faz com que o sistema respiratório aumente a frequenca respiratória para suprir a demanda, o que por consequencia aumenta a excreção de CO2, levando o sangue a um estado de alcalose. Essa pouca saturação de O2 faz com que o sistema respiratório fique mais seletivo, enviando o mesmo para os locais em que há maior necessidade.
O clima seco e frio faz com que ocorra uma maior perda da agua corporal, o que aumenta a viscosidade do sangue, diminuindo volume de ejeção, que força o aumento do débito cardíaco por meio do aumento da frequencia cardíaca para suprir a demanda energética e procurar o estado de homeostase. Outro fator que corrobora com o aumento da viscosidade do sangue é a liberação de eritropoetina que age na formação e liberação de eritrócitos (glóbulos vermelhos).Apesar do aumento desses eritrócitos e consequentemente aumento da concentração de hemoglobinas, os efeitos dessa liberação só são notáveis após algum tempo.
O exercício em altitude- Respostas crônicas: a Aclimatação
As respostas fisiológicas do organismoé denominado aclimatação, a qual é obtida em media de duas a três semanas de exposição a altitude. Consiste em uma serie de ajustes do organismo para buscar a homeostase em altitude. A frequência cardíaca que em um primeiro momento se elevou para manter o débito cardíaco elevado sofre um decrescimo em seus valores devido a menor necessidade de circular o sangue e o aumento do volume sanguíneo (a menor necessidade devido ao aumento dos transportadores de O2). O organismo passa a liberar bicarbonato para retornar o pH a um valor neutro tendo em vista que ocorre uma alcalose pela maior liberação de CO2 na exposição a altitude.
Desempenho
O desempenho na altitude acima de 1600m é prejudicado devido a hipóxia barometrica como já fi dito. Isso ficou evidente nas olimpiadas da Cidade do Mexico em 1968, onde nenhuma prova de fundo conseguiu melhorar a marca enquanto as provas de tiro tiveram uma melhora nos tempos (devido a menor resistência do ar em relação ao ambiente ao nivel do mar). Quanto mais longa é a prova, mais o desempenho é prejudicado pela altitude. A maratona por exemplo, o recorde mundial da época era de duas horas e doze minutos, porém o medalhista de ouro na Cidade do México fez o tempo de duas horas e vinte minutos. Uma variação muito significativa em seu desempenho.
O Treinamento em altitude
Quando se treina em altitude, a intensidade do exercício não consegue ser a mesma da do nível do mar devido aos fatores citados acima, o que pode a longo prazo gerar um quadro de destreinamento no atleta, pois apesar de todos os benefícios fisiológicos que se obtém em altitude, o destreinamento acabará influenciando negativamente na performance de outras capacidades.
Uma saída é o chamado living high training low, aonde o atleta vive em uma altitude elevada e treina em uma altitude baixa ou moderada. Assim é possivel aliar os benefícios fisiológicos da aclimatação a altitude e a intensidade de treinamento.
Concluindo, os efeitos da hipoxia gerada pela exposição a altitude são interessante para atletas que buscam um melhor rendimento ao nível do mar, apesar de que viver e treinar nessa altitude não seja vantajoso em muitos momentos. Atletas como jogadores de futebol que tem um calendário cheio de jogos e alguns são na altitude não têm tempo para fazer a aclimatação, que é um processo demorado, então procuram fugir dos efeitos da exposição a altitude, chegando poucas horas antes do jogo no local, tendo assim um prejuizo menor causado pela altitude.
Esse post é uma resenha do artigo "Alterações Cardiorrespiratórias decorrentes do Treinamento em Grandes Altitudes" dos professores Miguel Taraborelli, Luis Carlos Carnevali, Waldecir de Paula Lima e Ricardo Zanuto, publicado na revista Corpoconsciência vol. 14, paginas 6 a 19, jul-dez de 2010.
Espero que seja de proveito de vocês!
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