terça-feira, 24 de maio de 2011

S. E. Wheaton campeã dos Jogos Interempresa de Futebol de Campo 2011

Sábado, quatro horas e vinte minutos da tarde, entrava em campo a equipe da Sociedade Esportiva Wheaton (SEW) para disputar a final contra o Gremio Recreativo Formtap. Um jogo disputadíssimo a cada momento, onde o espírito de equipe de nossos jogadores e os anos que boa parte desses jogadores jogam juntos na Turma do Mal superou o adversário por 3 a 1.
A SEW abriu o placar logo no inicio do primeiro tempo, com um gol raçudo de Helmar #9, que venceu uma disputa com o zagueiro e mandou a bola para o fundo da rede, SEW 1 a 0. A SEW manteve a vantagem por quase todo o primeiro tempo, até que em um lance inesperado recebeu o gol de empate. Na volta do intervalo, o jogo ficou mais pesado, com entradas mais duras de ambas as partes, discussões com arbitragem. Tudo parecia se encaminhar para os penaltis até que após uma falta na entrada da área nos minutos finais, Ricardinho estufa a rede adversária com uma bomba. Com isso, a Formtap se viu obrigada a atacar e com o espaço que abriu, a Wheaton viu a chance de marcar mais um e dar numeros finais a partida, com um golaço de Alan Jones.
Com esse resultado, a Sociedade Esportiva Wheaton alcança o título de campeã interempresas após uma campanha invicta.


Agradecemos a todos vocês, que tornaram essa conquista possível! A todos que estavam presentes no jogo da final e aos que não estavam, mas contribuiram com a equipe em outros jogos. Agradecemos também ao Benê, que mesmo não estando presente na final, ajudou muito a organizar a equipe para as disputas.
A Impacto Consultoria Esportiva, por manter a chama do esporte acesa e pela iniciativa do campeonato, ao Professor Paulo Leitão pela organização do campeonato e a todas as equipes com quem jogamos, pois pudemos conhecer gente nova em uma atividade tão agradável. Agora é só manter o embalo e vamos pra cima deles no JOIS 2011!!! VAMOS WHEATON!

PARABÉNS!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Altitude e sua Influência no Exercício

Quando se escala uma montanha alta, vai em uma cidade que fica em um ponto muito elevado, é notável que o 'ar fica diferente', há uma maior dificuldade de respirar. Os jogadores de futebol que vão jogar em locais sempre citam essa maior dificuldade de respirar e manter uma intensidade, um volume de jogo. Mas por que isso acontece? Isso será explicado a seguir, mas antes é importante explicar alguns conceitos:

Pressão barométrica

Os gases que existem na atmosfera exercem uma pressão sobre a superfície terrestre, a qual quanto mais longe da superficie da terra, mais fraca se torna. O ponto em que a pressão desses gases que formam o ar atmosférico é maior é ao nível do mar, em torno de 760mmHg sendo que desses, 159mmHg de O2. Para se ter uma ideia, no pico do Everest (8.848m acima do nível do mar) a pressão barométrica atinge o valor de 250mmHg e a pressão parcial de O2 cerca de 51mmHg. É importante lembrar que esses valores são referentes a concentração desses gases e não sua porcentagem. No ar, a porcentagem de O2 é de 20,93% do total, os valores acima se referem a pressão dos gases.

Controle ventilatório

Quando iniciamos uma atividade, seja um exercício ou algo cotidiano, ocorrem algumas reações no nosso corpo para que ele se ajuste a necessidade de O2 nos tecidos e eliminação de metabolitos (produtos de metabolismo que podem ser prejudiciais a performance). A respiração tem como primeira reação uma resposta nervosa, o cortex motor envia informação para o centro inspiratório para que ocorra um aumento da ventilação. Em seguida, o organismo passa a regular esse volume de ventilação conforme a necessidade, para evitar dispendio de energia desnecessária.
Quando o exercício atinge um platô de intensidade moderado, o corpo consegue alcançar um estado estável, no qual o exercício consegue se manter por mais tempo. Se o exercício passa para uma intensidade maior, o exercício exigirá mais e mais doatleta até que ele atinga a fadiga. A capacidade de suportar o exercício por certo tempo prolongado denomina-se resistência cardiorrespiratória.

O exercício em altitude- Respostas imediatas: A adaptação a altitude

Assim que chegamos em um local com altitude elevada, a pouca saturação deO2 na atmosfera faz com que o sistema respiratório aumente a frequenca respiratória para suprir a demanda, o que por consequencia aumenta a excreção de CO2, levando o sangue a um estado de alcalose. Essa pouca saturação de O2 faz com que o sistema respiratório fique mais seletivo, enviando o mesmo para os locais em que há maior necessidade.
O clima seco e frio faz com que ocorra uma maior perda da agua corporal, o que aumenta a viscosidade do sangue, diminuindo volume de ejeção, que força o aumento do débito cardíaco por meio do aumento da frequencia cardíaca para suprir a demanda energética e procurar o estado de homeostase. Outro fator que corrobora com o aumento da viscosidade do sangue é a liberação de eritropoetina que age na formação e liberação de eritrócitos (glóbulos vermelhos).Apesar do aumento desses eritrócitos e consequentemente aumento da concentração de hemoglobinas, os efeitos dessa liberação só são notáveis após algum tempo.

O exercício em altitude- Respostas crônicas: a Aclimatação

As respostas fisiológicas do organismoé denominado aclimatação, a qual é obtida em media de duas a três semanas de exposição a altitude. Consiste em uma serie de ajustes do organismo para buscar a homeostase em altitude. A frequência cardíaca que em um primeiro momento se elevou para manter o débito cardíaco elevado sofre um decrescimo em seus valores devido a menor necessidade de circular o sangue e o aumento do volume sanguíneo (a menor necessidade devido ao aumento dos transportadores de O2). O organismo passa a liberar bicarbonato para retornar o pH a um valor neutro tendo em vista que ocorre uma alcalose pela maior liberação de CO2 na exposição a altitude.



Desempenho



O desempenho na altitude acima de 1600m é prejudicado devido a hipóxia barometrica como já fi dito. Isso ficou evidente nas olimpiadas da Cidade do Mexico em 1968, onde nenhuma prova de fundo conseguiu melhorar a marca enquanto as provas de tiro tiveram uma melhora nos tempos (devido a menor resistência do ar em relação ao ambiente ao nivel do mar). Quanto mais longa é a prova, mais o desempenho é prejudicado pela altitude. A maratona por exemplo, o recorde mundial da época era de duas horas e doze minutos, porém o medalhista de ouro na Cidade do México fez o tempo de duas horas e vinte minutos. Uma variação muito significativa em seu desempenho.

O Treinamento em altitude


Quando se treina em altitude, a intensidade do exercício não consegue ser a mesma da do nível do mar devido aos fatores citados acima, o que pode a longo prazo gerar um quadro de destreinamento no atleta, pois apesar de todos os benefícios fisiológicos que se obtém em altitude, o destreinamento acabará influenciando negativamente na performance de outras capacidades.
 Uma saída é o chamado living high training low, aonde o atleta vive em uma altitude elevada e treina em uma altitude baixa ou moderada. Assim é possivel aliar os benefícios fisiológicos da aclimatação a altitude e a intensidade de treinamento.


 Concluindo, os efeitos da hipoxia gerada pela exposição a altitude são interessante para atletas que buscam um melhor rendimento ao nível do mar, apesar de que viver e treinar nessa altitude não seja vantajoso em muitos momentos. Atletas como jogadores de futebol que tem um calendário cheio de jogos e alguns são na altitude não têm tempo para fazer a aclimatação, que é um processo demorado, então procuram fugir dos efeitos da exposição a altitude, chegando poucas horas antes do jogo no local, tendo assim um prejuizo menor causado pela altitude.


Esse post é uma resenha do artigo "Alterações Cardiorrespiratórias decorrentes do Treinamento em Grandes Altitudes" dos professores Miguel Taraborelli, Luis Carlos Carnevali, Waldecir de Paula Lima e Ricardo Zanuto, publicado na revista Corpoconsciência vol. 14, paginas 6 a 19, jul-dez de 2010.

Espero que seja de proveito de vocês!